domingo, 10 de março de 2013


Ela passava normalmente durante a noite ... tão pequena e raquítica...
As marcas no rosto e nas mãos, denunciavam o quanto sua vida era sofrida... tinha vícios ...dizia que não conseguia parar de fumar...
Ele (o cigarro) de certa forma lhe dava um pouco de diversão... 
Tinha dois netos, uma menina e um menino... 
O menino era doente... tinha problemas mentais..
a menina reclamava de não ter amigos na escola, e dizia que era por não ter uma roupa boa ... um sapato da moda...

Triste sina a dela?

Ela viveu na pobreza... E assim morreu...Talvez não seja lembrada e talvez não tenha  nem se quer um (como diria o senso comum ...) um enterro digno...


Para Dona Euride...

? - 9 /3/2013.

(Jessica Bernardo)

sexta-feira, 8 de março de 2013

‎- Para as que não receberão flores -



No dia da mulher


Parabenizo a indiana morta,


Dilacerada



A africana faminta,


Doente,


Escravizada



As brasileiras,


Chinesas,


Mexicanas,


Todas.



Parabenizo a todas


Que ganham menos


Trabalhando mais



Parabenizo as que sofrem violência doméstica


As que são humilhadas pelos donos das casas


As pobres meninas abusadas


Em mais uma data revolucionária


Que virou comercial.




(Rebeca dos Anjos)


quarta-feira, 6 de março de 2013


AOS QUE HESITAM


Você diz:
Nossa causa vai mal.
A escuridão aumenta. As forças diminuem.
Agora, depois que trabalhamos por tanto tempo
Estamos em situação pior que no início.

Mas o inimigo está aí, mais forte do que nunca.
Sua força parece ter crescido. Ficou com aparência de invencível.
Mas nós cometemos erros, não há como negar.
Nosso número se reduz. Nossas palavras de ordem
Estão em desordem. O inimigo
Distorceu muitas de nossas palavras
Até ficarem irreconhecíveis.

Daquilo que dissemos, o que é agora falso:
Tudo ou alguma coisa?
Com quem contamos ainda? Somos o que restou, lançados fora
Da corrente viva? Ficaremos para trás
Por ninguém compreendidos e a ninguém compreendendo?

Precisamos ter sorte?

Isto você pergunta. Não espere
Nenhuma resposta senão a sua.


(Bertold Brecht)